Conta-se que no tempo das invasões francesas, todas as pessoas do Soito e arredores se encontravam apavoradas, tão grande eram os roubos, os atentados, os assaltos ás igrejas, repartições publicas, casas particulares, etc., que cada qual fugia para onde podia...Numa destas fugas, encontrava-se uma jovem mãe do Soito que dias ou semanas antes, havia dado à luz um robusto menino, e ao pressentir o tropel das tropas invasoras, resolve abandoná-lo junto de uma fonte que havia a pouca distância da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, para evitar que o mesmo fosse esmagado pelos soldados franceses. Porem, a jovem mãe, por motivos que ignoramos, só passado bastante tempo pôde voltar ao sitio onde abandonara o filho, para ver se conseguia encontrar alguma coisa que ainda lhe pudesse falar dele. Mal chegou ao local onde o havia deixado, verificou com grande espanto e incontida alegria, que o seu querido menino se encontrava são e salvo, no mesmo sitio onde o havia deixado, a brincar muito despreocupadamente com umas pedrinhas que tirava e metia na água da fonte. A mãe, depois de muito o ter beijado e abraçado, perguntou-lhe quem o tinha tratado durante aquele tempo, ao que ele respondeu, indicando com o dedo na direção da capela, que era a Senhora que morava naquela casa. O menino regressou depois com a mãe à povoação, onde cresceu e mais tarde abalou para longe, de onde um dia mandou um manto para a Senhora do Prazeres, sem que ninguém jamais pudesse saber o sitio de onde o mandara.
A festa em honra de Nossa Senhora dos Prazeres realiza-se no sábado a seguir à Páscoa e nessa noite a procissão começa na Capela de São Modesto, percorre várias ruas do Soito e acaba na igreja, onde depois se realiza uma missa. No domingo a missa é animada pela banda de música, que logo à tarde se junto no adro da igreja para aí animar a população. Segunda- feira vem a festa que todos esperam ansiosamente. Nesse dia toda a população vai até ao recinto de Nossa Senhora dos Prazeres e por ali ficam durante todo o dia.
Uns, logo pela manhã, acompanham o andor de Nossa Senhora até à Capela, enquanto que outros chegam mais cedo à serra para se instalarem no local onde vão passar o dia na companhia da família e dos amigos.
Depois deste dia de grande festa e convívio os mordomos da tourada logo pela madrugada tapam a praça para aí realizarem a tradicional capeia, organizada outrora pelos rapazes que nesse ano vão à tropa, para se despedirem da terra, da família e dos amigos, hoje em dia as raparigas também já colaboram na organização da mesma.